Espaço de discussão e reflexão sobre a experiência do olhar e suas reverberações no corpo na construção/remontagem do espetáculo de dança contemporânea "feche os olhos para olhar" da desCompanhia de dança.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ouvi hoje é meu Ver.

Oi des...
ainda buscando o que seria o meu modo de OLHAR, desconfio que a minha audição é um jeito de OLHAR hoje... em casa ouvindo Cássia Eller pude ler no encarte do CD...

" Olhar o mundo
com a coragem do cego
Ler da tua boca as palavras
com a atenção do surdo
Falar com os olhos e as mãos
como fazem os mudos"

sim eu li e adivinha de onde é???
um diário de 1978, de um rapaz chamado... Agenor de Miranda Araújo Neto o "CAZUZA"

o olhar vai se revelando aos pocos, vamo que vamo nessa onda
abraços, beijos e MUUUUITA pesquisa pra gente.

PETER ABUDI.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Como mudar o tempo?

des, deixo aqui postado uma imagem que eu tenho do tempo. Creio que existe uma relação com o olhar. O legal dessa concepção do tempo é que podemos alterar o tempo. Existe o tempo emocional, tempo fisico, tempo espiritual, etc. Para mim o tempo muda no momento que orientamos as mudanças de energias ao nosso redor. Posso ser mais jovem se exercito e me alimento bem, estou alterando o curso do tempo físico. O tempo encurta se estou ansioso, o tempo emocional supera o tempo físico nesse momento. Bom, papo cabeça demais… mas acho interessante pensar: Como altero o tempo cênico? Estou conectado? Como estou conectado? Em que momento troco de energia? São exercícios que tenho feito constantemente nos nossos encontros.
“Tempo é a capacidade da energia transpor entre matérias, espíritos e o plano que vivemos alterando cada uma delas. Ele é variável, pois é resultado da conectividade e interação entre esses três elementos que estão em constante mudanças. Assim é bom entender que o tempo não existe para nos corroer; ele existe para a evolução da matéria física ao espiritual. Uns chamam isto de envelhecimento, outros de amadurecimento. Creio que entender o tempo é estar ancorado no presente e interagir com este mundo encantador com certo desapego material para que um dia possamos esvanecer de bem com o espírito.”

UM TEMPO PARA CADA COISA: Eclesiastes 3

des, como no penúltimo encontro conversamos sobre o tempo e a percepção dela deixo aqui um texto do Eclesiastes. Yiuki
“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus:
Há tempo para nascer, e tempo para morrer;
Tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado;
Tempo para matar, e tempo para sarar;
Tempo para demolir, e tempo para construir;
Tempo para chorar, e tempo para rir;
Tempo para gemer, e tempo para dançar;
Tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las;
Tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se;
Tempo para procurar, e tempo para perder;
Tempo para guardar, e tempo para atirar fora;
Tempo para rasgar, e tempo para coser;
Tempo para calar, e tempo para falar;
Tempo para amar, e tempo para odiar;
Tempo para guerra, e tempo para paz;
Que proveito tira o trabalhador de sua obra? Eu vi o trabalho que Deus impôs aos homens: Tôdas as coisas que Deus fêz são boas, a seu tempo. Êle pôs, além disso, no seu coração a duração inteira, sem que ninguém possa compreender a obra divina de um extremo a outro. Assim eu concluí que nada é melhor para o homem do que alegrar-se e procurar o bem-estar durante sua vida; e que comer, beber e gozar do fruto do seu trabalho é um dom de Deus. Reconheci que tudo o que Deus fêz subsistirá sempre, sem que se possa ajuntar nada, nem nada suprimir. Deus precede desta maneira para ser temido. Aquilo que é, já existia, e aquilo que há de ser, já existiu; Deus chama de novo o que passou.”  (Eclesiastes)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

The Holy Moment

Link de um vídeo que eu gosto muito e que hoje faz todo sentido sobre os meus desejos existencialistas do olhar. É preciso ver até o fim:

http://www.youtube.com/watch?v=tDU3l8G3Ru8

Hoje eu te vi pela primeira vez

Hoje eu te vi pela primeira vez, depois da última vez que te vi. Parece redundante eu te dizer isso, mas, lembro-me bem da última vez que te vi e sei que foi a última vez.
Na última vez que te vi, você estava de lilás. Um vestido até os joelhos e um par de meias listradas. Não me lembro a cor, mas, eram listradas. Tenho certeza, pois, fui eu quem lhe deu as meias para combinar com o vestido. Isso foi na última vez que te vi e, pela primeira vez, não te vi mais.
Dessa vez, eu te vi pela janela, como da última vez, quando te chamei e você ainda se arrumava para mim pela última vez. Lhe dei as meias que você combinou com um vestido, e com uma pequena bolsa a tiracolo você já se preparava para pular a janela, quando se deu conta dos sapatos, que pela última vez eu vi ao lado da cama, que coberta com uma colcha de retalhos coloridos escondia nosso barco.
Teve uma vez, não a última, nem a primeira, que navegamos em nossa cama em direção ao “nunca ido”. Você concordou, eu relutei. Foi a primeira vez que lhe disse não, mas não a última. Foi a primeira vez que você me olhou nos olhos e disse: “Que não seja a última vez”. E não foi. Mais algumas vezes nós nos permitimos navegar sem que você soubesse onde jamais iríamos chegar. Nunca vi nosso barco atracar, apenas navegar, e navegar, e navegar...
O sol, a primeira vez que não se pôs à nossa frente, pintou de baunilha um pedaço do nosso sempre. E, também, foi a primeira vez da primeira vez que me apaixonei por você. Apaixonei-me, ainda, mais três vezes por você. Até onde me lembro bem, e espero que não seja a última vez...

(Otávio Linhares)