Espaço de discussão e reflexão sobre a experiência do olhar e suas reverberações no corpo na construção/remontagem do espetáculo de dança contemporânea "feche os olhos para olhar" da desCompanhia de dança.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Gargalhada Bebê

des, segue o vídeo que comentei hoje no ensaio. Gosto de pensar que mundo é esse que um dia fizemos parte. Será que perdemos esse olhar de bebê ou de criança?

 

Olhar e ver – por Jaime Wagner

A seguir deixo um texto que encontrei na internet que eu gostei e que fala do mesmo assunto. O link do site original é esse daqui. Yiuki
“A criança olha, o adulto vê. Ver é reconhecer, olhar é captar. Há algo mais atento do que o olhar de uma criança de colo? Atenção pura, percepção pura, puro presente, presença total. "Ao lado disso, o restante da nossa vida parece coisa de segunda mão ou emprestada, algo um tanto sem viço, usado, desgastado", diz André comte-Sponville. Felizes dos que mantêm essa capacidade infantil do olhar atento que se surpreende com o mundo. Pobres dos que aprendem a ver, a selecionar o que faz sentido, o que se enquadra no conhecido, e a descartar o resto.
Para a criança, basta inclinar a cabeça e tudo muda. Porque muda o todo. Encantamento, mágica, fruição da percepção: o novo, o diferente, acolhidos com um sorriso. A criança olha o todo. O detalhe que muda, efetua a mudança do todo. O adulto analisa: uma parte mudou, o resto não. Sabedoria? Ou ignorância dos efeitos holísticos?
Olho e não vejo. Está lá mas não reconheço. Porque minha atenção se volta toda para aquilo que, no olhar, reconheço. O brilho do que vejo ofusca o resto e me cega. Aprender a ver, desaprender a olhar.
Amadurecer. Afirmar. Não ver, por rejeitar. Olhar que não quer ver. Olhar estúpido. Estúpido porque não é amoroso, gentil ou acolhedor. Porque é seletivo, porque rejeita. Olhar militante. Olhar que nega, nega reconhecimento, nega acolhida. Olhar duro, olhar arguto, olhar de rapina: fixo no objetivo.
Envelhecer. Olhar sem ver. Olhar estúpido. Não é que nada reconhece, mas sim que nada o surpreende. Tédio que supõe conhecer tudo ou que não quer conhecer mais nada. Cansaço da surpresa. Enfado de quem não quer mais nada de novo. Rejeição do aprendizado. Vontade de ignorar tudo. Desejo do nada. Vontade de morte.”
Jaime Wagner

2 comentários:

  1. que delícia kkkkkkk
    ri sozinho aqui em casa...
    será que perdemos mesmo?
    talvez tenhamos o hábito de querer sempre dozes cada vez maiores de tudo, aí não percebemos as coisas mais simples, talvez...
    abraços
    cleniomagalhaes.blogspot.com

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  2. será que perdemos ou será que não damos mais tanta importância para as coisas simples da vida???
    porque não rir um pouco de nós mesmos???

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