Espaço de discussão e reflexão sobre a experiência do olhar e suas reverberações no corpo na construção/remontagem do espetáculo de dança contemporânea "feche os olhos para olhar" da desCompanhia de dança.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Infância - Antoine Saint-Exupéry

“Lembro dos brinquedos de minha infância, do parque sombrio e dourado que havíamos povoado de deuses, do reino sem limites que fundamos naquele quilometro quadrado nunca inteiramente conhecido, inteiramente revolvido. Formávamos uma civilização fechada onde os passos tinham gosto, onde as coisas tinham um sentido que não existia em nenhuma outra. Quando nos fazemos homens e vivemos sob outras leis, que resta daquele parque cheio de sombras da infância, cheio de magia, ardente e gelada! Hoje, quando voltamos ali, caminhamos com uma espécie de desespero, pelo lado de fora, ao longo de seu pequeno muro de pedras cinzenta, admirados de achar fechada em um recinto tão estreito uma província que era nós o infinito, e compreendendo que nesse infinito não entraremos nunca mais. Porque é a infância, e não ao parque, que seria preciso regressar.”
(Página 87, Terra dos Homens – Antoine Saint-Exupéry)

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