Espaço de discussão e reflexão sobre a experiência do olhar e suas reverberações no corpo na construção/remontagem do espetáculo de dança contemporânea "feche os olhos para olhar" da desCompanhia de dança.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A dança das imagens, e a leitura cruzada deles constrói novas associações poéticas, espaços cênicos.

Dia 24 de outubro de 2009, fui no MON e ví uma exposição muito interessante do Sergio Fingermann. Ela como todo é sui generis, pois traz uma sensação lúdica e imagética cheia de espaços e movimentos que ultrapassam os limites dos quadros.  O artista faz com que as obras surgidas da suas imaginações sejam completadas pelas imaginação do público numa forma generosa de um convite. Compartilho isso no blog, pois creio que existe muita relação com a pesquisa que estamos desenvolvendo para o espetáculo A Poetica do Olhar.  Recortei o release da exposição do site do MON aqui em baixo, pois talvez depois ele desapareça.  Att. Yiuki
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http://www.museuoscarniemeyer.org.br/exposicoes/fingermann.html
A exposição reúne uma série de pinturas, desenhos e gravuras recentes, realizados entre 2005 e 2009 pelo paulista Sergio Fingermann (1953). O conjunto de obras, óleos sobre tela de grandes formatos e trabalhos em papel, é acompanhado por dois álbuns de águas-fortes, Elogio ao Silêncio e O Teatro do Mundo, tendo como tema central alegorias da música e o espaço cênico. A exibição da mostra tem o patrocínio da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e o apoio do Governo do Paraná e do Ministério da Cultura
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As obras nasceram de uma proposta feita ao artista pelo maestro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), John Neschling, para que pintasse as nove sinfonias de Beethoven, que deu origem a um conjunto maior de trabalhos. Nelas, Fingermann explorou o silêncio como qualidade própria da pintura. Leonardo da Vinci dizia que a pintura é “poesia muda”, experiência que deve ser fruída na contemplação, na solidão, nas pausas.
A reflexão da experiência artística sempre fez parte das preocupações de Sergio Fingermann. Em trinta anos de carreira, o pintor paulistano delimitou seu território poético apostando na formação e na singularidade como valores artísticos: “autenticidade e esforço em inscrever a própria experiência na história da arte, postura que exige uma vigília permanente em contextualizar aquilo que é feito naquilo que já está inscrito como arte”
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O artista acredita que o silêncio dos trabalhos provoca “a dança das imagens, e a leitura cruzada deles constrói novas associações poéticas, espaços cênicos”. Ele admite que é um simples pretexto para “articular sensações e evidenciar questões metafísicas da experiência da pintura”. Fingermann diz que por vezes, as imagens, a figuração que surge nos quadros remete ao mundo clássico, ideal, “um artifício para capturar o olhar e convocá-lo a uma elaboração, a construção de significados na forma de pensamentos. Sensações de ausência, espanto, estranhamento, desacomodamento do olhar, mistério, transcendência: na atmosfera dessas pinturas, nesse mundo, onde os deuses já foram embora, reina a nostalgia e o homem tem que reinventar a vida.”
A exposição é acompanhada pelas publicações: Elogio ao Silêncio e Alguns Escritos Sobre Pintura, e o recém-lançado Trama de sombras, que faz parte de uma coleção da Editora BEI chamada Educação do olhar. Os exemplares são o testemunho do artista plástico sobre a experiência da pintura, dando continuidade ao livro Fragmentos de um Dia Extenso, no qual Fingermann apresenta as bases éticas em que se constitui o seu trabalho.

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