Espaço de discussão e reflexão sobre a experiência do olhar e suas reverberações no corpo na construção/remontagem do espetáculo de dança contemporânea "feche os olhos para olhar" da desCompanhia de dança.

domingo, 1 de novembro de 2009

Olhar, visão, memória do olhar e mais coisas…

desCompanhia, estava pesquisando na internet e encontrei um artigo do Centro Reichiano de psicologia corporal daqui de Curitiba.  Na introdução encontrei definições que podem ser relevantes à nossa pesquisa. O artigo como todo é interessante, então deixo o link aqui para quem queira ler na integra. 
“Queremos definir olhar. Primeiro diferenciando-o da visão. A visão é o ato ou o efeito de ver, função sensorial operada pelos olhos sob os efeitos da luz. O olhar é dirigir os olhos para alguém, um objeto, objetos diversos ou para si mesmo, sabendo distinguir cada objeto e diferencia-los de si mesmo.
Diferente é a memória do olhar. A memória do olhar para nós é uma das funções do olhar. Nossa memória não reproduz com exatidão, mas reconhece com nitidez um objeto olhado, uma sensação vivida. Nossa memória nem pode reproduzir as imagens com exatidão porque ela precisa se apropriar dessas imagens e sons para construir diversas funções psíquicas como, por exemplo, os mecanismos de defesa.
E isso só se torna possível porque somos seres carregados energeticamente. Através dos vários movimentos energéticos conseguimos ligar e desligar, apreender, reter, representar, dentre outros movimentos dinâmicos.
Nossa hipótese é que os olhos e a pele são uma única coisa. Um precisa do outro para funcionar, captar, processar, significar. É impossível vivermos sem pele. E se vivemos sem o olho órgão, temos a pele que faz a função da percepção. E cremos que ela só é possível porque envolvendo nossa pele, temos um corpo energético que faz parte desse invólucro. Invólucro que faz parte de uma grande cadeia energética.
Esse corpo que acima de tudo é energético pode se expandir, encolher, transformar e transmutar. Sua velocidade é tão grande que ainda não inventamos nenhuma maquina capaz de medi-la.” (Frinéa Brandão)
Deixo abaixo alguns pensamentos surgidos enquanto lia o artigo:
  • Ver-se ignorado pelo olhar do outro é doloroso: Acho que pode ser um tema fértil para o espetáculo.
  • O olhar e a condição esquizofrênica: Aqui a mesma coisa, percebo um lugar engraçado, irônico, pungente que pode ser pesquisado.
  • O olhar possui a forma captadora, receptora, assim como sua forma ativa, expressiva: Gosto da definição, de repente servirá para o projeto escrito.
  • Relações afectivas determina a captação receptora do olhar: Achei  terreno fértil para fazermos laboratórios. Mesmo tendo medo desses buracos negros do processo de criação, hoje compreendo que isso pode trazer material particular,  original e sincero à obra final.
Att. Yiuki

Um comentário:

  1. Legal Yiuki!!! acho bem interessante para a pesquisa mesmo.
    e contato sempre é bom né

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