Espaço de discussão e reflexão sobre a experiência do olhar e suas reverberações no corpo na construção/remontagem do espetáculo de dança contemporânea "feche os olhos para olhar" da desCompanhia de dança.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O olhar através da gelatina

do capítulo - O caos irisado: interior e exterior
A IMAGEM-NUA E AS PEQUENAS PERCEPÇÕES - JOSÉ GIL

dizia Cézanne: as cores remetem sempre para o interior, não só para as primeiras formações do dentro, mas para os movimentos das emoções, para a alegria, para o medo, para a tristeza, para a ternura. A alegria das cores representa uma expansão do espaço interior: é esse movimento de expansão, porque adere também aos mais arcaicos movimentos do espaço indiferenciado das cores da infância.
...Uma inerência do nome à cor que faria ressoar nele as associações mais arcaicas das cores com os afetos, com os movimentos do corpo, com o espaço interior. Daí, talvez, esses "pensamentos coloridos" caros a Malevitch, e as "cores faladas" de Duchamp. Eis por fim a razão de a cor estar acima de tudo ligada à infância. A jubilação da criança que brinca com as cores vem do fato de elas misturarem o interior e o exterior.

Um comentário:

  1. Amei, literalmente é o nosso olhar atrás da gelatina! Estou super empolgado para voltarmos essa semana. Vamos que vamos! beijos.

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